Vacina contra o novo coronavírus apresenta resultados promissores
A primeira vacina contra a Covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus) a testada em pessoas indicou ser segura e capaz de estimular uma resposta imune contra o vírus, de acordo com a farmacêutica norte-americana Moderna, na segunda-feira (18). Os resultados são baseados nos resultados das oito primeiras pessoas que receberam doses da vacina mRNA-1273.
A empresa afirmou que está seguindo um cronograma acelerado, com a segunda fase envolvendo 600 pessoas em breve, e uma terceira fase, em julho, que envolverá milhares de pessoas. A agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA) deu a Moderna a aprovação para a segunda fase no início de maio.
Se esses testes derem certo, uma vacina poderá ficar disponível até o final deste ano ou no início de 2021, de acordo com o diretor médico da Moderna, Dr. Tal Zaks, em entrevista. O número de doses disponíveis inicialmente ainda não está definido, mas, de acordo com o Dr. Zaks, a empresa buscará disponibilizar “o maior número possível em termos de milhões [de doses]”.
Ja o CEO da Moderna, Stéphane Bancel – e um dos proprietários da Moderna – reforçou: “Estamos investindo para aumentar a produção, a fim de maximizar o número de doses que podemos produzir para ajudar a proteger o maior número possível de pessoas da SARS-CoV-2.”
A Moderna disse que foi descoberto – em testes com camundongos que foram vacinados e infectados -, que a vacina poderia impedir a replicação do vírus nos pulmões, e que os animais tinham níveis de anticorpos neutralizantes comparáveis aos das pessoas que receberam a vacina.
Três doses da vacina foram testadas: baixa, média e alta (que variam de 25 a 100 microgramas/µg). Estes resultados iniciais são baseados em testes de doses baixas e médias. O único efeito adverso nessas doses foi vermelhidão e dor no braço de um paciente onde a injeção foi realizada. Na na dose mais alta, três pacientes tiveram febre, dores musculares e dores de cabeça, disse Zaks, acrescentando que os sintomas desapareceram após um dia. Entretanto, a dose alta está sendo eliminada de estudos futuros, não tanto por causa dos efeitos colaterais, mas porque as doses mais baixas parecem funcionar tão bem que a dose alta não é necessária.
As ações da Moderna no mercado financeiro dispararam nos últimos meses e subiram mais de 23% na segunda-feira de manhã após a divulgação dos resultados preliminares.
A Pfizer e a empresa farmacêutica alemã BioNTech também anunciaram o início de testes em humanos de uma vacina contra a Covid-19. Se os testes forem bem-sucedidos, a vacina poderá estar pronta para uso emergencial ainda em setembro (com distribuição inicial nos Estados Unidos). Os testes, que iniciaram no dia 4 de maio e contemplam 360 voluntários, distribuídos em grupos com idade entre 18 e 55 anos na primeira fase e entre 65 e 85 anos na segunda etapa.