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Av. Nossa Senhora do Ó, 865 - Cj. 614 - Limão / São Paulo - SPA área da saúde tem incorporado de forma crescente novos conceitos e modelos oriundos de outros setores que nos auxiliam na construção de organizações seguras e com resultados assistenciais de excelência. O termo organização de alta confiabilidade (OAC) vai pouco a pouco ganhando adeptos nas instituições hospitalares com a introdução desse conjunto de atributos e competências que podem ser de grande utilidade.
O termo OAC tem sido empregado para atividades nas quais o erro tem grandes impactos e se busca, de forma coletiva, sistemática e intensa o “erro zero”, isso tem sido empregado em outras atividades como por exemplo, usinas nucleares e o setor da aviação. Hospitais e outras instituições de saúde estão trabalhando para alcançar esse padrão, a partir de mudanças da cultura organizacional, processos de acreditação e principalmente novos modelos de governança e liderança focados na segurança do paciente e na gestão de risco.
Ao longo das últimas três décadas vivenciando instituições hospitalares e participando das transformações, cada vez mais “aceleradas”, tenho refletido sobre uma visão dos médicos sobre instituições que possuem atributos OAC. No meu dia a dia não é incomum ouvir de membros do corpo clínico: “Trago meus doentes para cá, se houver uma complicação, no final, ele se recupera”. Certamente isso nos gera um certo orgulho e curiosamente até mesmo aqueles profissionais que não frequentam a instituição, quando precisam de cuidados complexos para a própria saúde ou de seus familiares acabam buscando os nossos serviços.
A “ciência da alta confiabilidade” vem sendo estudada a partir da análise de ambientes complexos nos quais acidentes podem ocorrer e o gerenciamento continuo é feito para prevenir e minimizar graves consequências. Os profissionais de saúde, em particular os médicos, são formados com olhar diagnóstico sobre os problemas ligados a assistência, utilizando os componentes dedutivos e indutivos e devemos olhar para novas habilidades e “modelos mentais” presentes nas organizações de alta confiabilidade. Os médicos têm participado da introdução das práticas seguras e ações de prevenção a erros assistenciais e dos processos de acreditação e, suas percepções sobre o que é uma OAC são diferentes daquelas percebidas por engenheiros e especialistas em qualidade e gestores.
Em resumo, os atributos responsáveis pela capacidade institucional de “superar” com sucesso caso aconteça “algo errado” com um paciente é fruto de uma extraordinária combinação de componentes: pessoas qualificadas e comprometidas, trabalho em time, comunicação eficaz, boas práticas, processos bem articulados de resiliência, accountability e liderança.
Aos poucos vamos desvendando os componentes da OAC e implementando esses conceitos, sendo elemento crítico liderança executiva de alto desempenho com foco no processo do cuidado e na entrega de valor para o paciente.
*Evandro Tinoco é fellow do CBEXS e Diretor Clínico do Hospital Pró Cardíaco.