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Av. Nossa Senhora do Ó, 865 - Cj. 614 - Limão / São Paulo - SPO Outubro Rosa marca um mês de conscientização sobre a importância do autoexame e de estar em dia com a realização de mamografias. Contudo, se houver uma suspeita e o diagnóstico de câncer de mama se confirmar, quais são os próximos passos? Atualmente, normas como a Lei dos 30 Dias e a Lei dos 60 Dias garantem que pacientes recém diagnosticados recebam os devidos encaminhamentos e inicie o tratamento o quanto antes.
A Agência Nacional de Saúde (ANS), órgão responsável pela saúde privada, assim como o Sistema Único de Saúde (SUS), já possuem tratamentos para o trato do tumor. Mas como isso funciona na prática?
“As pacientes com plano de saúde costumam ter acesso a tratamentos mais modernos com mais facilidade”, esclarece o Dr. Antonio Buzaid, oncologista e cofundador do Instituto Vencer o Câncer. No entanto, há uma grande demanda represada para tratamento do câncer de mama avançado no SUS, que requer atenção de toda a sociedade. “Ter acesso a tratamentos avançados também significa acesso a maior qualidade de vida e longevidade”, completa.
Em um país em que apenas 25% da população possui plano de saúde, o especialista se preocupa. “Alguns desses tratamentos hoje, por exemplo, garante uma sobrevida de qualidade de até cinco anos para pacientes em casos mais graves, o que é um ganho muito relevante.”
No Brasil, mais de 66 mil mulheres são acometidas pela doença por ano, com 35% dos casos identificados já em fase metastática, ou seja, quando o tumor se dissemina e passa a atingir outras partes do corpo. A pandemia afetou o rastreio da doença, e dados Radar do Câncer demonstram queda de 48% em 2020 e 50% em 2021 na realização de mamografias.
“Temos que nos preparar para uma onda de diagnósticos em fase avançada”, comenta o oncologista. “A questão é se o Sistema Único de Saúde, responsável pelo tratamento da maior parte da população, está apto para receber pacientes de todos os tipos, inclusive de diferentes faixas etárias”, completa.
Pesquisas demonstram que o diagnóstico de câncer de mama acomete com cada vez mais frequência mulheres pré-menopausa, em plena idade ativa, chegando a 40% dos casos. O tumor pode se manifestar de forma mais agressiva nesses casos, com taxas de mortalidade mais elevadas quando comparadas às mulheres de idade mais avançada7.
No SUS, não há atualização de novas tecnologias para tratar as pacientes de câncer metastático do tipo mais comum, que corresponde a 70%8 dos casos, ainda que para 20%8 das pacientes as inovações já estejam acessíveis.
André Mattar, mastologista e diretor do Núcleo de Oncologia Clínica do Hospital Pérola Byington (SP), comenta sobre as disparidades dentro do sistema público de saúde: “hoje, os tratamentos disponíveis pelo SUS tem foco em pacientes pós-menopausa, ou seja, as acima de 50 anos. Uma porcentagem significativa de pacientes está descoberta.”
“A maior preocupação está na soma do fato de que há um aumento de casos em pacientes jovens com o temor de uma epidemia de câncer de mama avançado no pós-pandemia”, adiciona o mastologista.
“Os tratamentos oferecidos hoje pelo SUS não atende totalmente o princípio de universalidade do sistema, já que claramente precisamos melhorar a atual a oferta de tratamento”, adiciona o especialista. “Sabemos que no Brasil a mobilização em prol do combate ao câncer de mama é avançada, já foram realizadas muitas conquistas, mas ainda há muito o que fazer”, completa.
Fonte: Fehosp