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A cirurgia de osseointegração ajuda amputados a recuperar a mobilidade

Em 2017, cerca de 57,7 milhões de pessoas viviam com uma amputação de membro devido a acidentes, de acordo com um estudo de 2021. A maioria são amputações de membros inferiores resultantes de diabetes, acidentes e câncer. No Brasil, dados da ONU do mesmo período mostram que 70% das amputações são decorrentes da Diabetes.

Após a perda do membro, muitos pacientes optam por um membro artificial. No entanto, a mobilidade em pacientes com membros residuais curtos é frequentemente limitada, pois as próteses baseadas em encaixes, que deslizam sobre o coto e formam uma vedação com a pele, não aderem bem, causando diversos problemas de saúde.

"Descobrimos que muitos pacientes com um membro residual curto geralmente têm dificuldade em obter uma boa vedação por sucção entre o membro protético e a pequena área de superfície remanescente da pele. Isso pode resultar em membros protéticos saindo do lugar, reajustes constantes ou a falta de adaptação dos membros protéticos que causa problemas de pele", diz o Dr. Benjamin Wilke, cirurgião ortopédico da Mayo Clinic (EUA).

Para ajudar a resolver esses problemas, a Mayo Clinic abriu uma Clínica de Osseointegração para ajudar os pacientes com membros amputados mais curtos a melhorar a mobilidade.

"A osseointegração (a conexão direta entre um implante cirúrgico e os ossos) é um campo novo e estimulante na cirurgia ortopédica que oferece aos pacientes que sofreram amputações uma maneira aprimorada de anexar uma prótese em casos em que as amputações dificultam o uso do encaixe tradicional para melhorar a capacidade do paciente de andar e levar uma vida funcional normal" diz o Dr. Wilke.

"A Mayo Clinic está em uma posição privilegiada para fornecer esse tratamento devido ao seu modelo de atendimento. A osseointegração requer uma equipe com membros de diferentes áreas, como radiologia, cirurgia ortopédica, cirurgia plástica e reconstrutiva, fisioterapia e outras," afirma ele. "Estamos muito animados em poder oferecer esse procedimento na Mayo Clinic e ajudar mais pacientes com membros curtos (sejam eles veteranos ou pessoas que sofreram uma amputação devido ao câncer ou outros problemas) a ter a oportunidade de recuperar a mobilidade e melhorar a qualidade de vida."

Duas cirurgias, muitos benefícios A osseointegração requer dois procedimentos. Na primeira cirurgia, os médicos colocam um implante de metal diretamente no osso residual. Depois de aguardar um tempo para que o osso cresça ao redor do implante, um segundo procedimento expõe o implante para fora do membro residual e aproxima o músculo e o tecido mole de uma forma que reduz o risco de infecção do paciente. A reabilitação é necessária para fortalecer os músculos e os ossos. Após a reabilitação, o paciente poderá ter uma nova prótese conectada diretamente ao implante.

Todo o processo de osseointegração leva de nove meses a um ano. Além de eliminar as próteses baseadas em encaixes, a osseointegração melhora o andar dos pacientes, diz o Dr. Wilke. "Os pacientes que passaram por procedimentos de osseointegração têm uma mobilidade muito melhor e uma cadência de caminhada mais próxima do normal com relação ao encaixe tradicional", diz ele.

A visão de um paciente

Mark Detoro ficou animado ao saber que a osseointegração estava disponível na Mayo Clinic. Há doze anos, Detoro teve sua perna direita amputada acima do joelho após um acidente. O professor de educação especial de Green Cove Spring, Flórida, conhece muito bem os desafios de ter um osso residual curto.

"Eu uso minha prótese de perna para trabalhar, para ir à academia, para cortar a grama. Mas quando minhas pernas ficam escorregadias de suor, a prótese fica desalinhada, cortando minha perna, dificultando mais o andar", diz ele. E a vedação às vezes cede. "É engraçado quando você vai para a academia e está na quarta série de exercícios e sua perna cai", diz Detoro.

Detoro, que concluiu recentemente a primeira fase da cirurgia, está animado com o futuro e está se tornando mais ativo. "Talvez um dia, eu comece a correr. Ou a praticar o remo em pé, que é algo que sempre quis fazer. Será bom não ter minha perna caindo”

Fonte: Setor Saúde

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